domingo, 30 de junho de 2019

Sobre este blog

Olá,


Durante alguns anos mantive um blog (A poesia é para comer) sobre discos, filmes e, principalmente, livros. A última postagem data de 2014 quando - embrenhado num tour de force de pesquisa&escrita (leia-se: uma tese de doutorado sobre a filosofia de Theodor W. Adorno e o cancioneiro do capixaba Sérgio Sampaio, defendida em fevereiro de 2018, ainda inédita em livro), além de preparação e publicação de um novo livro de poemas (Voz, 2017, Editora Cousa) - optei por deixar de escrever por lá, embora tenha mantido o blog no ar, mais como memória afetiva (e registro mesmo) daqueles textos do que como interesse para novos e possíveis leitores. 

Entretanto, decidi nos últimos dias retomar um blog. Na realidade, começar um blog novo.  A decisão foi, na realidade, dúplice: partiu de mim, mas também de alguns amigos que, acompanhando meu Instagram (@jorgeverly1), notaram que eu andava postando fotos de livros com o mote "Leituras-Nobel" e me pediram para tornar públicas as notas dessas leituras. Explico: resolvi preencher uma lacuna, agora que não sou mais um "leitor profissional de textos teóricos", em relação aos autores que receberam o Prêmio Nobel de Literatura. É evidente que li dezenas de autores que o ganharam ao longo dos anos, mas de modo assistemático , errático, partindo às vezes de um interesse por um livro específico, às vezes da vontade de conhecer autores que, a partir de cada outubro, tornaram-se conhecidos no mundo inteiro. Porém, agora resolvi dedicar os próximos meses (ou provavelmente anos) à leitura de ao menos um livro (ou texto) de cada um dos 114 escritores e escritoras que receberam o laurel da Academia Sueca. 

Para tal, não segurei um roteiro prévio, i. e., não comecei por Sully Prudhomme, o primeiro ganhador, e terminarei por Kazuo Ishiguro (que, aliás, já li), o atual detentor do prêmio. Minhas escolhas continuarão erráticas e assistemáticas, valendo sempre dois critérios: meu interesse e a disponibilidade do livro. Nesse périplo, que já começou, foram lidos Saul Bellow, Nelly Sachs, Ivo Andric, Isaac Singer e Doris Lessing, que serão os temas das próximas postagens aqui. No momento, estou no meio do romance Casa sem dono, Heinrich Böll. Outros livros estão já comprados e/ou pelo caminho até minha biblioteca. Farei assim: leio, tomo notas, preparo um texto e divulgo por aqui. É claro: trata-se de um projeto pessoal, mais para mim que para os demais leitores. Mas penso que como o Nobel desperta interesse e, sobretudo, contribui para divulgar autores que não leríamos se não fosse por ele, a utilidade do blog se justifica.

Abaixo, a lista completa dos vencedores do Prêmio Nobel, por ano e país:

1901 - Sully Prudhomme (França)
1902 - Theodor Mommsen (Alemanha)
1903 - Bjørnstjerne Bjørnson (Noruega)  
1904 - Frédéric Mistral (França) e José Echegaray (Espanha)
1905 - Henryk Sienkiewicz (Polônia)
1906 - Giosuè Carducci (Itália)
1907 - Rudyard Kipling (Reino Unido)
1908 - Rudolf Eucken (Alemanha)
1909 - Selma Lagerlöf (Suécia)
1910 - Paul von Heyse (Alemanha)
1911 - Maurice Maeterlinck (Bélgica)
1912 - Gerhart Hauptmann (Alemanha)
1913 - Rabindranath Tagore (Índia)
1914 - Não atribuído 
1915 - Romain Rolland (França)
1916 - Verner von Heidenstam (Suécia)
1917 - Karl Gjellerup (Dinamarca) e Henrik Pontoppidan (Dinamarca)
1918 - Não atribuído 
1919 - Carl Spitteler (Suíça)
1920 - Knut Hamsun (Noruega)
1921 - Anatole France (França)
1922 - Jacinto Benavente (Espanha)
1923 - Willian Butler Yeats (Irlanda)
1924 - Wladyslaw Reymont (Polônia)
1925 - George Bernard Shaw (Irlanda)
1926 - Grazia Deledda (Itália)
1927 - Henri Bergson (França)
1928 - Sigrid Undset (Noruega)
1929 - Thomas Mann (Alemanha)
1930 - Sinclair Lewis (EUA)
1931 - Erik Axel Karlfeldt (Suécia)
1932 - John Galsworthy (Reino Unido)
1933 - Ivan Bunin (URSS, exilado na França)
1934 - Luigi Pirandello (Itália)
1935 - Não atribuído
1936 - Eugene O'Neill (EUA)
1937 - Roger Martin du Gard (França)
1938 - Pearl S. Buck (EUA)
1939 - Frans Eemil Sillanpää (Finlândia)
1940 - Não atribuído
1941 - Não atribuído
1942 - Não atribuído
1943 - Não atribuído
1944 - Johannes V. Jensen (Dinamarca)
1945 - Gabriela Mistral (Chile)
1946 - Herman Hesse (Suíça)
1947 - André Gide (França)
1948 - T. S. Eliot (Reino Unido)
1949 - Willian Faulkner (EUA)
1950 - Bertrand Russell (Reino Unido)
1951 - Pär Lagerkvist (Suécia)
1952 - François Mauriac (França)
1953 - Winston Churchill (Reino Unido)
1954 - Ernest Hemingway (EUA)
1955 - Halldór Laxness (Islândia)
1956 - Juan Ramón Jiménez (Espanha)
1957 - Albert Camus (França)
1958 - Boris Pasternak (URSS), obrigado a recusar o prêmio
1959 - Salvatore Quasimodo (Itália)
1960 - Saint-John Perse (França)
1961 - Ivo Andric (Iugoslávia)
1962 - John Steinbeck (EUA)
1963 - Giórgos Seféris (Grécia)
1964 - Jean-Paul Sartre (França), recusou o prêmio
1965 - Mikhail Cholokhov (URSS)
1966 - Shmuel Yosef Agnon (Israel) e Nelly Sachs (Suécia)
1967 - Miguel Ángel Astúrias (Guatemala)
1968 - Yasunari Kawabata (Japão)
1969 - Samuel Beckett (Irlanda)
1970 - Aleksander Soljenítsin (URSS), só pode receber o prêmio em 1974
1971 - Pablo Neruda (Chile)
1972 - Heinrich Böll (Alemanha Ocidental)
1973 - Patrick White (Austrália)
1974 - Eyvind Johsonn (Suécia) e Harry Martinson (Suécia)
1975 - Eugenio Montale (Itália)
1976 - Saul Bellow (EUA)
1977 - Vicente Aleixandre (Espanha)
1978 - Isaac Bashevis Singer (EUA)
1979 - Odysséas Elytis (Grécia)
1980 - Czeslaw Milosz (Polônia, exilado nos EUA)
1981 - Elias Canetti (Reino Unido)
1982 - Gabriel García Márquez (Colômbia)
1983 - Willian Golding (Reino Unido)
1984 - Jaroslav Seifert (Tchecoslováquia)
1985 - Claude Simon (França)
1986 - Wole Soyinka (Nigéria)
1987 - Joseph Brodski (URSS, exilado nos EUA)
1988 - Naguib Mahfouz (Egito)
1989 - Camilo José Cela (Espanha)
1990 - Octávio Paz (México)
1991 - Nadine Gordimer (África do Sul)
1992 - Derek Walcott (Santa Lúcia)
1993 - Toni Morrison (EUA)
1994 - Kenzaburo Oe (Japão)
1995 - Seamus Heaney (Irlanda)
1996 - Wislawa Szymborska (Polônia)
1997 - Dario Fo (Itália)
1998 - José Saramago (Portugal)
1999 - Günter Grass (Alemanha)
2000 - Gao Xingjian (China, exilado na França)
2001 - V. S. Naipaul (Reino Unido)
2002 - Imre Kértesz (Hungria)
2003 - J. M. Coetzee (Austrália)
2004 - Elfried Jelinek (Áustria)
2005 - Harold Pinter (Reino Unido)
2006 - Orhan Pamuk (Turquia)
2007 - Doris Lessing (Reino Unido)
2008 - Jean-Marie Gustave Le Clézio (França)
2009 - Herta Müller (Alemanha)
2010 - Mario Vargas Llosa (Peru)
2011 - Tomás Tranströmer (Suécia)
2012 - Mo Yan (China)
2013 - Alice Munro (Canadá)
2014 - Patrick Modiano (França)
2015 - Svetlana Alexijévich (Bielorrússia) 
2016 - Bob Dylan (EUA)
2017 - Kazuo Ishiguro (Reino Unido)
2018 - Suspenso; será atribuído em 2019

Ficamos assim. A próxima postagem será sobre o romance O Planeta do Sr. Sammler, de Saul Bellow.

Até lá! 


Jorge Verly











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